google.com, pub-6549533346531888, DIRECT, f08c47fec0942fa0
top of page

SEBRAE e ACANASTRA desenvolvem novas experiências turísticas na região

  • Foto do escritor: Karine Pagliarini
    Karine Pagliarini
  • há 1 dia
  • 4 min de leitura
ree

O Sebrae Minas, em uma ação estratégica com a Associação dos Cafeicultores da Canastra (ACANASTRA), está impulsionando o turismo rural na região da Serra da Canastra, com um foco especial nas fazendas de café e atrativos da região. O projeto, que se enquadra na iniciativa mais ampla "Projeto Rota Turística da Serra da Canastra", visa criar experiências autênticas e de alto valor, gerando renda para os pequenos produtores locais.


O trabalho começou em junho, através de consultoras especializadas em turismo (turismólogas). O objetivo central foi o desenvolvimento ou aprimoramento de produtos turísticos em cada empreendimento participante.


"Foi criação de experiência turística," explica a fonte do projeto, destacando que o foco não se limitou à gastronomia ou gestão, mas sim em desenvolver um produto turístico completo para cada local. "Cada experiência tem uma narrativa, uma história."


A seleção dos participantes foi realizada via inscrição, priorizando produtores e empresas relacionadas ao café associados às duas associações.


Em Capitólio, quatro empresas foram selecionadas para receber consultoria intensiva, posicionando a cidade no mapa das novas rotas turísticas da Canastra: Fazenda Cachoeira - Café Vilela, Tulha de Minas, Bourbon e Sal do Engenho.


Ao todo, o projeto envolveu um escopo diversificado de 10 empreendimentos, incluindo 6 fazendas de café, 2 cafeterias, um produtor de mel e um produtor de charcutaria, abrangendo a riqueza e a diversidade da produção local.


O sucesso das novas experiências está sendo testado em campo. Nesta semana, o projeto realiza o evento teste, onde grupos de turistas são convidados a avaliar as experiências recém-criadas. O feedback detalhado é essencial para o aprimoramento final dos produtos turísticos.


O projeto já demonstra resultados promissores, com dados de 2024 do Sebrae indicando um aumento de 20-30% no fluxo turístico da região que busca "experiências imersivas".


Para 2026, o foco do projeto será voltado para o mercado, com a inclusão de workshops de marketing digital e a integração das rotas, visando uma rede unificada para reservas online. A iniciativa capitaliza a recente obtenção da Indicação Geográfica de Denominação de Origem pelo Café da Canastra em 2023, valorizando ainda mais a história e a autenticidade dos produtores rurais.


Entre as empresas selecionadas pelo projeto, uma delas oferece um aroma que vem ganhando espaço entre os sabores típicos da região: o dos defumados e maturados da Sal do Engenho. À frente da marca está o empresário Wagner Morais, que encontrou na charcutaria artesanal a possibilidade de realizar o sonho de empreender com propósito, valorizando o território e o turismo local.


O projeto nasceu de uma inquietação antiga. “Sempre desejei empreender na Canastra, mas em um segmento inédito na região, e com o qual eu tivesse afinidade”, recorda. A ideia surgiu durante uma visita à Associação dos Produtores de Queijo Canastra (Aprocan), em São Roque de Minas. “Soube que um galpão do local seria destinado para charcutaria. Curioso, comecei a pesquisar e percebi que tinha relação com o que eu gostava: carne de qualidade, churrasco e defumados. Logo, pensei: isso pode virar um negócio!”.


Sem formação técnica, Wagner começou os primeiros testes em casa, pesquisando receitas e comprando ingredientes pela internet. “Produzi linguiça, salaminho e até presunto cru, com base numa receita espanhola. Foram tentativas e erros, mas quando consegui acertar na receita do presunto, pensei: isso pode mesmo virar um negócio”, diz.


Investir na charcutaria era algo além de um projeto comercial, seria a possibilidade de estar mais próximo da família, conectado ao território e comercializando um produto inovador e de qualidade.


“Eu queria fazer algo artesanal, com excelência no processo e que tivesse relação com o queijo, o café e o turismo da Canastra. Mas, na empolgação inicial do negócio, produzi bastante peperone (embutido picante tipo salame), e perdi tudo porque acumulou água nas caixas onde armazenei o produto. Fiquei desanimado, pensando que não seria a atividade ideal para mim”, lembra.


No entanto, uma viagem o fez perceber o potencial do negócio. A convite do Sicoob Credicapi e do Sebrae Minas, ele integrou uma visita técnica ao sul do Tirol, na Itália, região turística com forte influência da charcutaria na gastronomia local. “Lá, percebi como o produto artesanal é tratado com amor, responsabilidade e paciência. Cada peça carrega a alma do seu território. Voltei com outra mentalidade e o propósito de dar uma identidade à minha charcutaria”, frisa.


ree

Logo após a viagem, Wagner se dedicou a aprender as técnicas de maturação e cura. Mas foi após um curso sobre Charcutaria Artesanal promovido pelo Sebrae Minas que ele conseguiu compreender processos e se profissionalizar. “Essa capacitação foi um divisor de águas, pois trouxe segurança, técnica e abriu meus horizontes. Aprendi sobre fermentação, padronização, porcentagem de sal, tempo de cura. Ganhei conhecimento e confiança para criar produtos com identidade própria”, explica.


Para estruturar a empresa Sal do Engenho, o empreendedor também participou do Empretec Rural e, antes de construir o espaço onde funciona a charcutaria, buscou apoio do Sebrae Minas para se adequar às normas sanitárias, por isso, não demorou a obter o selo de inspeção municipal.


“Eu era só um sonhador e passei a ser um empreendedor. E isso foi possível com conhecimento sobre o negócio. Ainda hoje, recebo consultorias do Sebraetec. Por meio delas, criei a identidade visual, com nome da marca, rótulo, paleta de cores, design da lata”, destaca.


Referência em charcutaria artesanal na região, hoje, a carne na lata é o carro chefe da empresa, e faz sucesso entre os turistas. A embalagem com 900 gramas é vendida até mesmo como lembrança de viagem, pois carrega o sabor e a história da Canastra.


Outros produtos como o salame com mofo branco, expressão autêntica do terroir da Canastra, e a tilápia defumada, que surpreende pelo sabor leve e textura suculenta também se destacam. O presunto cru de picanha suína revela a criatividade do produtor. “É um maturado que fica pronto em 70 dias, e tem o mesmo requinte de um presunto de parma, mas com a alma da Canastra”, revela.


Ele ainda afirma que empreender na Canastra é mais do que um negócio, é um compromisso com o território. “Charcutaria é sal, carne e paciência. É testar, ajustar sabor e textura. Conhecer a matéria-prima e respeitar o tempo. É preciso ter curiosidade, buscar referências, visitar quem faz e estudar sem medo de errar. O empreendedor precisa se arriscar, sempre com amor e propósito”.


Com informações e imagens: ASCATUR

 
 

Receba nossas atualizações

Obrigado pelo envio!

© 2024 por Estrada Nacional. Todos os direitos reservados!

bottom of page